sexta-feira, 6 de julho de 2012

A arte de ensinar...




Já algum tempo que esta analogia vem circundando em minha cabeça. Dar aulas é, de muitas formas, parecido com tocar guitarra. Claro que nunca experimentei todas as modalidades de ensino e claro que não sou um exímio guitarrista. Mas, em relação aos meus 10 anos de ensino médio (onde eu pratico o exercício) e meus 15 anos de guitarra... posso dizer claramente que sinto um analogia entre os dois mecanismos.

Tudo que eu vou escrever aqui é, de certa forma, uma visão simplista de ambos os processos, mas, servirá para dar suporte ao ponto que eu quero chegar.

Para se tocar guitarra 3 coisas são essenciais. O talento, a teoria e a dedicação. Se o cara tem em alto grau todos os 3 ingrediente citados... ele muito provavelmente será um exímio guitarrista. Mas... precisa-se destacar que talento e teoria podem ser conflitantes entre si. Sim. As vezes, quando o talento se sobressai, a teoria pode ser simplesmente abandonada em prol da leitura sensível que o guitarrista conseguir exercer sobre a música. Assim, ele consegue se desviar de caminhos teóricos e ainda assim fazer uma belíssima apresentação com sua guitarra. É exatamente o talento, a sensibilidade de "improvisação", de fugir das regras teóricas, que faz certos guitarristas serem únicos e inesquecíveis.

Mas não estou querendo simplesmente falar mal da teoria. Esta também é muito importante. Principalmente para aqueles que carecem de talento sensível a musicalidade. Quando o guitarrista se encontra ali, com a banda tocando, e ele não tem sensibilidade o suficiente para com o instrumento e para com a música... só uma coisa o salva. A teoria. E o salva bem, diga-se de passagem. A teoria musical consegue dar ao guitarrista o caminho e soluções que se deve seguir dentro da música para que ela simplesmente soe bem.

Este dois fatos apresentados geram uma eterna discussão entre guitarristas conhecida como: "feeling" vs "técnica". Apesar de todos saberem da importância da técnica, a maioria esmagadora concorda mesmo que, se você tem feeling o suficiente, deve deixar o feeling sobressair a técnica.

Não muito distante, 3 coisas também são essenciais à um professor. Talento, a teoria (pedagogia) e a dedicação. Alguns professores, mesmo sem conhecer os métodos pedagógicos em si, dão brilhante aulas. Outros, abrem mão do próprio método pedagógico em prol de uma leitura sensível que ele faz na sala para simplesmente adaptar sua aula da melhor forma. É este talento que gera grandes palestrantes e grandes professores. A capacidade de fazer uma leitura sensível de sua platéia. É talento. Dom. Quando isto falha, as teorias pedagógicas são os melhores recursos para se encontrar no "palco". Mas... assim como os guitarristas... não se deve sobrepor o talento com a técnica. A teoria pode ajudar, mas também pode limitar um professor com habilidade para ir além. E isto é algo que todos os pedagogos e suportes de pedagogia deveriam entender. Dar aula é uma arte. E não se pode de forma alguma coibir um artista simplesmente em prol da técnica.

Sobre a dedicação, claro, nem é preciso muito falar. Sem ela basicamente não há talento ou mesmo tecnica que se resita. Seja professor ou mesmo guitarrista.

4 comentários:

  1. Concordo contigo. Ensinar vai além das fórmulas. Ensinar compreende mais que provas, na verdade você pode aprender qualquer coisa que quiser nos tempos modernos pelo qual vivenciamos hoje em dia, tendo apenas uma coisa VONTADE. Vejo na vontade uma forma de incentivo, uma forma de procura que aliada aos meios tecnológicos podem levar ao compreendimento de diversos assuntos didáticos, isso fará com que nos tornemos autodidatas, nos fará compreender demasiados assuntos demonstrando apenas interesse e força de vontade.

    E este é o ponto que os professores devem atingir... Eles devem acima de tudo incentivar a criatividade, o pensamento, a vontade e a ação como forma de alcançar a sabedoria. De almejar um ganho mais que financeiro e assim poder deitar a noite e sonhar que produziu, que aprendeu e que fez algo prazeroso no seu dia cansativo e que transformou um dia escolar em um dia especial.

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  2. Sim Igor... não discordo de nenhum ponto do que você levantou (e olha que eu li umas 3 vezes procurando algo... rsrsrs)... o único porém é que nem sempre nós, professores conseguimos acertar... e, para piorar muito, somos cobrados a agir de forma quase mecanizada... com normas de condutas, currículos programados e etc...

    Só para você ter idéia, meu salário é influenciado conforme os alunos vão bem em provas externas que o governo manda!!! Ou seja, o governo não se importa com a leitura que o professor tenha da sala... para ele o que importa é colocar todo o estado, de norte a sul, com a mesma leitura que ele deseja.

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  3. Ronan dando continuidade ao que você disse sobre o governo,não sei se estou certo mas o governo utiliza a educação(aliada a mídia)para tentar manipular os jovens,acho que esse é o motivo do cbc

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  4. leone... também tenho meio que esta visão. O CBC em si não é ruim. A questão que eu levanto é que de norte a sul do estado as turmas são diferentes e o cbc é o mesmo. E o governo gosta mesmo de aluno decorado e obediente e que principalmente... não pense.

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