terça-feira, 3 de julho de 2012

história para boi dormir...




"quem quiser remar contra a maré tem que remar muito mais forte..." - Humberto Gessinger


23 de junho de 1979.... esta foi a data que nasci. Se alguém hoje vier me contar que o parto foi difícil e risco eu nem duvido... porquê??? Porque parece que minha sina é sempre remar contra a maré... Ir na contra-mão da comum história....

Pra começar, diferente da grande maioria, eu aprendi a ler entre 5 e 6 anos. Foi nesta idade que tive minhas primeiras historias em quadrinhos e traçava ali minhas primeiras coleções e traços de personalidade. Foi desde cedo que aprendi a conviver com idealismos heroicos e desafios impossíveis.

No primeiro ano escolar, após ter me mudado de Divinópolis para cá, os professores não acreditavam que eu era capaz de ler.... então simplesmente tive que ler na frente deles. Ler os meus quadrinhos e alguns livros que eles escolheram. Justamente neste dia me mudaram de sala para uma mais "adequada".

Quando tinha meus 12 anos ja era um leitor e colecionador nato.... milhares de revistas infanto juvenil ja faziam parte dos meus conceitos. O ideal de herói, e a compreensão humanista sobre o mundo ja começava a dar sinais em meu dia-a-dia. Apesar de ter uma família com boa renda financeira, eu estranhamente sempre tive ligado a pessoas mais carente financeiramente. Aos 12 anos, mesmo tendo os mais tecnológicos brinquedos em casa, ainda saia para jogar "pelada" na rua ou andar de "baratinha". Estranhamente pessoas se organizavam ao redor de mim e ali todos se sentiam iguais.


Em minha adolescência comecei a vivenciar meus primeiros amores. Mas nada que fosse duradouro ou marcante. Na verdade, mesmo naquela época, achava o modo que as pessoas se jogavam umas as outras muito estranho... e nunca me adaptei bem a esta ideia de se ter contato físico sem se ter um grande contato emocional. Sim... sou careta. Gosto de gostar mais do que simplesmente ter tesão.

Foi nesta época, entre meus 15/16 anos que tive uma das minhas primeiras grandes desilusão amorosa. Após quase um ano de uma grande amizade com uma guria... eu decidi revelar pra ela que eu não sabia mais se era amizade ou se era alguma coisa mais. Infelizmente ela não tinha esta dúvida... e de quebra acabei perdendo até mesmo a grande amizade nós reduzindo a simples colegas/conhecidos.

Aos 17 anos, motivados por Engenheiros do Hawaii e Nirvana, eu decidi a aprender a tocar guitarra e deixar meu cabelo crescer. Um toque de rebeldia corria em minha veia. Religião Católica já não me fazia nenhum sentido. Deus me parecia cruel, injusto ou troll demais para ser adorado. Acabei, num esforço meu e do Anderson, montando o "ETC..." minha primeira banda. Éramos a banda mais pobre do meio do rock de Pará de Minas, ensaiávamos sob o teto de uma marcenaria antiga. Cheio de poeira e madeira para tudo em quanto é lado. Mas, se tinhamos uma coisa que ninguém poderia negar, era coração... e logo nos tornávamos uma das banda referencia de rock da cidade. O público cresceu em nosso redor...

Aos 18 anos meu pai quis me dar um carro. Eu recusei. Queria era uma guitarra.

Ainda nesta idade, conheci Janis (sim de Janis Joplin) que tinha 20... e após algumas longas noite de risos e gargalhadas a gente acabou trocando nosso primeiro beijo... em conseqüência acabamos virando namorados. Não tardaria muito e eu teria minha primeira transa... em meio a guitarras e baterias e rock' n' roll. Mas, infelizmente, não foi um bom romance. Talvez pela nossa imaturidade... mas o que me lembro era que ela era muito autoritária... a ponto de ficar dando ordens e tal. E acabei por terminar este namoro.

Aos 19 anos eu estava entrando para faculdade de Química em Itauna. No geral é um local cheio de playboys e patricinhas.... mas lá no fundo... realmente tem algumas POUCAS pessoas que valem a pena. Nesta época eu também comecei a visitar comunidades espiritas... eu ainda queria acreditar em algo... e o espiritismo me parecia muito mais racional do que o resto. Na faculdade eu acabei conhecendo um outro grande amor.... e desta vez ela vinha 18 anos mais velha do que eu (sim... isto mesmo).

Este relacionamento nunca foi anunciado ou mesmo revelado... as pessoas simplesmente mal sabem que ele aconteceu. Mas aconteceu. E foi lindo desde o seu início até o seu fim. Um dia... toda a situação ficou mesmo insustentável... e acabamos decidindo terminar. Não houve raiva ou rancor... apenas a falta de um alento... e cada um seguiu sua vida adiante.

Nesta mesma época eu comecei entender melhor ciência... e comecei a perceber toda a BALELA que é o espiritismo e seu pseudo conceitos científico. Larguei de vez o espiritismo e comecei a ter uma ideia meio deísta de deus.

Aos meus 22 anos comecei a trabalhar como Professor na E. E. Professor Wilson. O bairro em si é bem carente... a cultura do local era totalmente diferente do meio que eu estava acostumado a viver... achei estranho no início... os vícios de linguagem, as musicas e etc... mas uma coisa que eu não posso negar é que toda a escola me acolheu muito bem. Tão bem que até hoje é a única escola que eu sempre decidir ficar e continuar. Quero abrir um destaque para Maurício e Daniel, outros dois professores que se tornaram verdadeiros amigos.

Entre os meus 23/24 anos tive contato com Nietzsche e me percebi mais como ateista do que qualquer outra coisa... na verdade ter tido esta noção me assustou bastante no início. Mas superei. Eu estava mais cético e descrente do que nunca

Aos 27 anos eu tive uma turma maravilhosa em torneiros. Esta turma eu deixei que cortassem meu cabelo... e mesmo sentindo falta as vezes do cabelo comprido... eu não me arrependo. Se esta turma entrasse novamente em minha vida eu repetiria tudo de novo.

Em 2009, ja com os meus 29 anos, eu me esbarrei com "Amélie"... e vivi, de forma velada e nunca totalmente concretizada, um dos momento mágicos de minha vida. O universo parecia ter sentido... eu estava inspiradíssimo e, de certa forma, parecia que eu poderia conversar diretamente com as estrelas... Acho que foi a única vez em que realmente eu entendi a magia que poderia vir do amor. Foi dela que eu ouvi o mais lindo "eu te amo" que ja recebi... porém... nem ela e nem eu nunca pudemos consumar o que sentiamos um pelo outro. Havia outras pessoas na história.... e alguém teria que chorar. Adivinha quem.... eu. Claro. Porque a corda sempre arrebenta no lado mais forte. Mas, imagino eu, que isto foi tão dura pra ela quanto pra mim. Hoje, quando penso no que poderiamos ter sido... ainda acho que saimos perdendo... mas não tenho rancor, raiva ou tristeza. Gosto muito dela e torço sempre pelo seu sucesso.

Atualmente eu tenho pessoas ótimas ao meu redor... mas ninguém para realmente dizer que amo... apenas um sonho que as vezes parece distante de encontrar um sol em junho.... mas ninguém sabe se ele realmente virá...

enquanto isto... a solidão serena da noite continua... e todo amor do meu peito eu continuo a guardar. Mas é tão grande o que sinto em meu peito que chega a transbordar neste blog sob forma de cartas, musicas e tudo mais que seja capaz de fazer você voltar.

Meu sol de junho... xD

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